quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Como escolher pisos de madeira de demolição


A madeira de demolição, proveniente de casas antigas  encanta pelos vestígios impressos na superfície – riscos, veios profundos, restos de tinta.“A sustentabilidade fez despertar o interesse pelo reúso de madeiras que seriam descartadas”, diz o designer de interiores paulista Fábio Galeazzo. Muitos elegem o piso de madeira de demolição pelo aspecto rústico. “Deixa o ambiente aconchegante”, opina a arquiteta Karina Afonso, também de São Paulo. A intensa procura, inclusive, estimulou a indústria a criar exemplares novos que imitam a textura do material antigo. 

Nesse cenário, é preciso atenção para não ser enganado e levar gato por lebre, peças originais possuem furos de pregos, ranhuras inconstantes e bitolas diferentes. Por isso, é mais seguro adquirir o material antigo ou novo de empresas que respondem pelo revestimento e também pelo preparo, instalação e assistência técnica. Quem preferir arrematar o lote fechado de depósitos e demolições deve ter em conta uma perda de entre 15 e 30% (peças deterioradas, que acabam inutilizadas). Além disso, é preciso contar com um marceneiro de confiança, já que a instalação desse tipo de piso requer grande habilidade.
Segundo o arquiteto paulista Fabio Levi, a madeira mais comum em demolições é a peroba-rosa de velhos pisos ou vigamentos. Estes últimos oferecem comprimento e bitolas maiores – e por isso mesmo costumam custar caro. Na percepção do arquiteto Gustavo Dias, especialista na renovação de construções históricas de Tiradentes, MG, a peroba é artigo escasso; o cedro, raríssimo. Ele trabalha usualmente com canela-parda e canela-preta. E, assim como outros profissionais, prefere repetir a função inicial: assoalho segue assoalho, viga continua viga. “Os pisos antigos são gastos de uma maneira própria, cuja beleza é difícil de reproduzir”, justifica. Vale lembrar que nesse mercado não existem apenas peças centenárias e espécies raras. Depósitos e casas em demolição também dispõem de madeiras extraídas mais recentemente, caso do ipê.

Tudo começa pela limpeza (feita preferencialmente com máquinas de água e alta pressão, em vez de substâncias químicas corrosivas, que podem danificar a madeira). Uma vez secas, as réguas precisam ser aplainadas para ficar com a mesma espessura. Há quem utilize apenas a face desgastada pelo tempo. Outra opção é aproveitar também o lado liso para evitar perdas. Só então as peças são cortadas na lateral para ganhar encaixes do tipo macho e fêmea (o mais comum) ou empena (espécie de chanfrado). Se planejadas como junta seca, elas ficarão lado a lado, sem encaixes – de efeito mais rústico. Nesse caso, costuma-se dispensar posteriormente a massa de calafetação (aplicada no encontro das réguas) e adotar cera no acabamento. Todas essas tarefas cabem ao fornecedor do material, ao depósito ou ainda ao marceneiro e são feitas numa oficina.  Se necessário, faz-se ainda a descupinização preventiva – embora espécies como peroba-rosa, ipê, canela e jatobá sejam naturalmente resistentes.

O contrapiso precisa estar totalmente seco – no mínimo, 25 dias – e nivelado. A umidade mancha a madeira. Em nome da praticidade, cada vez mais usa-se cola do tipo PU ou epóxi para fixar as tábuas. Peças longas, de 2 a 5 m, pedem também bucha e parafusos de aço (além de cavilhas, acabamento que oculta a cabeça do parafuso). O piso pode ainda ser pregado sobre barrotes (base de madeira chumbada no contrapiso). Segundo o arquiteto Fabio Levi, esse é o método mais seguro e estável. Mas o ambiente precisa acomodar 3 a 5 cm extras de espessura do piso, o que é raro em apartamentos, alerta. Outra dica: como a madeira de lotes diferentes costuma apresentar variação de cor e medidas – ou mesmo de espécies –, é importante planejar a disposição das réguas no ambiente a fim de evitar zonas mais claras ou escuras. E, quanto às emendas no comprimento das réguas, estude pontos discretos no ambiente para fazê-las, pois ficam feias se concentradas.

Para proteger a madeira, os profissionais indicam resina à base de água (do tipo Bona, Synteko Vitta, Skania). A opção prescinde do toque aveludado da cera, mas em compensação é inodora e não mancha em contato com água. Além disso, dispensa a enceradeira mensalmente. A versão fosca é a que menos altera o aspecto natural da madeira. E não se esqueça: “Pisos com sulcos fundos não são práticos onde vivem crianças e cães”.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Como conservar e limpar pisos de madeira

Por Bebel Ferreira
Publicado em 19/05/2011

Material natural

Piso de madeira é uma opção muito procurada para revestir o chão das residências, mas  muitas pessoas têm dúvidas sobre como limpar e conservar este revestimento sempre novo.

O primeiro passo é entender que é um produto natural, ou seja, orgânico, que absorvem umidade e podem expandir ou encolher de acordo com o clima e época do ano. Por isso, preste atenção na instalação, é preciso deixar um espaço entre o piso e a parede para que, em caso de expansão, exista área suficiente para o piso se acomodar sem sofrer empenamento. Além disso, estes materiais também podem passar por alterações na cor devido à troca de umidade com o ar, mesmo em ambientes fechados.

Segundo a Associação Nacional dos Produtos de Pisos de Madeira, ANPM, a secagem da madeira antes das peças serem adequadas às futuras funções de uso é uma maneira eficiente de aumentar a durabilidade natural dos revestimentos feitos com este material. De acordo com a ANPM, pisos de madeira costumam ser submetidos à secagem industrial, com ventilação forçada, aquecimento e controle de umidade relativa.

Também existem algumas medidas que você pode tomar em casa para conservar as características de seu piso de madeira, como evitar o contato direto com água da chuva e proteger o revestimento da incidência direta do sol.


Rústico e sofisticado podem compor o mesmo ambiente

Por Tálita Gonçalves - Jornalista
Publicado em 26/09/2011

Atualmente, produtos tecnológicos e materiais rústicos dividem a mesma decoração, criando visuais modernos em ambientes aconchegantes. Painéis de madeira, texturas e cores orgânicas aliam-se aos produtos eletroeletrônicos, com variados comandos e de alta sofisticação, que tornam a vida mais prática e funcional. Essa combinação transforma a vida do morador da casa fazendo uma ligação entre o mundo moderno e a simplicidade da vida natural.

Os arquitetos Débora e Marcelo avaliam o uso de materiais naturais em ambientes contemporâneos como positivo. "Acreditamos que o rústico quebra a monotonia do elegante, complementando e não denegrindo o projeto", diz Marcelo Sesso.

Mas os profissionais garantem que é preciso ter cuidado para não cometer excessos. "A beleza de uma madeira ou um tijolo de demolição, por exemplo, é justamente a desigualdade da cor, textura e 'idade' do material. Porém, quando usado em demasia, acaba com a elegância que consideramos tão importante nessa mistura", completa Débora Dalanezi.

A sala criada pela arquiteta Maithiá Guedes contém um painel de madeira de demolição instalado cru. O móvel recebeu a aplicação de um produto selador para escurecer o tom natural da madeira. Para criar um clima intimista, foram colocados pergolado no teto, espelho e bambu nas estantes laterais. As lareiras ecológicas embutidas no painel são um destaque à parte.

Maithiá acredita que o uso de materiais naturais pode deixar os ambientes com sofisticação e aconchego, mas dá dicas para evitar os exageros. "É preciso saber onde o material irá carregar o ambiente, para fazer um jogo de peças mais leves. Lembre-se sempre de que os espelhos e as peças de prata ou alumínio ajudam a quebrar as madeiras ou bambus", afirma a profissional.